segunda-feira, 7 de junho de 2010

Meu primeiro medo

Ela estava ali, em cima da árvore. Parecia conversar sozinha, parecia assustada... seu olhar lembrava o meu. Senti medo, pânico, ouvi vozes - talvez fosse apenas uma - mas estava tudo muito estranho pra mim. Quem era aquela figura fantasmagórica? O que na verdade ela queria de mim?

Nos parecíamos tanto e ao mesmo tempo tínhamos nada a ver.


Ela me olhava, olhava pra lua, recitava versos... O que eu estava fazendo ali, quem era ela, como conseguiu me encontrar, como falou comigo?

Carol, onde está a Carol?

Alívio, se encontra me protegendo, como sempre o fez desde que a conheci. Ela parece ter receio dessa mulher, em quem devo confiar?, pensamentos confusos, não consigo raciocinar, não gosto do que sinto agora, vontade de gritar, de chorar, de saltar e pegar ela pelo pescoço pra me explicar tudo o que está acontecendo, somos irmãos? somos irmãos? COMO ISSO PODE SER POSSÍVEL?!!!!.

Me pego aos berros, outros olham(ou não, um poder vampírico me esconde). O que é isso tudo?

Tenho medo, quero fugir, mas algo me prende... sangue. Não sangue pra saciar a sede, mas sim uma ligação, elo sanguíneo, corpos separados em mentes conjuntas, não entendo, preciso entender, Carol, me ajude....



...não achei que pudesse sentir medo nessa nova vida...

domingo, 6 de junho de 2010

Dúvidas e Certezas

Enquanto caminho, apressado, tento entender porque ela parece fazer sentido, a Carol tem sido uma luz nessa vida de escuridão, pela primeira vez não dou ouvidos ao que ela me diz.

Victoria, quem é essa mulher? Como consegue se conectar comigo desse jeito?, escuto claramente sua voz. Lembro do frio na espinha que senti em minha primeira noite, não pelo fato de ter descoberto como saciar a sede que sentia, mas sim por ter visto aquele vulto, aquela mulher com estilo do século passado, pálida como a noite, cheia de roupas antigas e com uma voz que insistia em me perseguir durante os meus sonhos... ou não sonhos.

Sou Victoria! Somos irmãos.

Irmãos? Como ela pode ser irmã de alguém que nunca teve esse tipo de conforto? Sempre vivi sozinho com meu pai, sozinho até demais, quase não via o coroa em casa, sempre estávamos em horários diferentes, isso no final das contas parecia ser bom para ambos, sempre achei que fazíamos isso de propósito...

Somos irmãos! Essa é a frase que agora eu tento decifrar, pois o passado esta ficando cada vez mais distante, a cada dia que passa se torna mais e mais um pretérito imperfeito. Meu futuro hoje é o presente.

A Carol esta mais quieta que de costume...

Não sei dizer se isso é bom ou ruim, mas dessa vez não pretendo perguntar, na verdade nem sei o que perguntar, apenas penso em chegar logo.