quarta-feira, 10 de junho de 2009

Meu começo

Acordei por volta das 18:30, graças a um emprego falso, que inventei, só chegava em casa no fim da madrugada, o que me dava o “direito” de passar o dia inteiro dormindo. Sempre soube que não teria como fazer isso pra sempre, mas no momento era tudo o que eu podia fazer.

Começo a me vestir para ir ao pub que fica lá na Barra, bermuda preta, all-star vermelho, camisa número II da seleção alemã com o número 13 nas costas, no fundo meu nome, camisa personalizada, sempre gostei disso, nunca quis ser igual a todos...e agora já não sou...

No caminho que leva até a Barra vou com o pensamento longe, agora tudo é novo, vida nova, a maior angústia de todas é não ter com quem conversar, com quem aprender, sinto tanto a falta de carinho e sinceramente já não sei se ainda terei isso, quem se arriscaria a se meter com um cara que ainda nem sabe o que realmente é?

Desço do ônibus e vou até a balaustrada que fica em frente ao Dubliners, o movimento hoje está legal, o clima por aqui é mais denso, bem menos pop, trato, enrolo, acendo e caio em pensamentos que me levam aos mais diversos mundos, na grande maioria todos estão vestidos de preto, vejo muitos dentes pontiagudos e sinto um estranho prazer misturado com medo, procuro minha garrafinha de cachaça, no melhor estilo whisky, sinto uma sede estranha, por mais que eu beba água, cerveja ou sei lá o que essa vontade não passa; escuto o barulho da guitarra, o som vai começar, hora de pagar pau e tentar entrar de graça, tem que ter algum conhecido por aí, fiquei rondando a portaria até que vi a Maíra, amiga de longa data:

- Oi Mai, olha só, você tem como me botar pra dentro?

- Só falando com Pedro Léo, ele vai subir agora pra tocar, acho que não rola de graça não, mas qualquer coisa você paga meia.

- Já é uma, pelo menos sobra cinco pila a mais.

Momentos depois escuto alguém me chamando pelas gretas da janela que ventilam o lugar, é a Maíra com meu ingresso na mão, pago e deixo pra pegar o troco lá dentro, assim não ficamos dando bandeira, essa meia só no bode, só na irmandade, entro e vou de encontro ao bar, pego uma longneck, esbarro sem querer em uma garota com um visual tentador, peço desculpa sem olhar nos olhos, fico com vergonha e saio pra encontrar a galera na mesa de sinuca, durante a noite sempre tenho a sensação de estar sendo obeservado...

O show começou!

Um comentário:

andre' disse...

O bom de ter começado a ler a história agora é que ainda tem muitos posts para ler e assim não vou precisar ficar esperando até o próximo para acabar com minha curiosidade... Quem será que foi a garota com quem ele esbarrou? Será que pode ser a Victoria? Ou será que foi a carol? Hun, que massa... rs